segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Sinergia, antagonismo. Armas
Falarei em curso próximo sobre a sinergica entre fármacos e suplementos. Gosto deste tema porque podemos fazer muito mais pelo paciente quando usamos todas as armas disponiveis. Na farmacologia fazemos assim. Como exemplo, um individuo com hipertensão essencial primeiro é tratado com dieta restritiva de sal. Penso que logo após deveria vir o suplemento de magnésio e potássio. Mas vem um diurético, que espolia potassio e magnésio (pelo menos os mais usados). Mas há alternativas, no diabético a primeira escolha é um inibidor da enzima conversora de angiotensina. Creio que num paciente com esquizofrenia seria um bloqueador de canal de cálcio. Num paciente com enxaqueca recidivante eu escolheria um beta-bloqueador, ou num paciente com depressão um beta-bloqueador como o pindolol tem demonstrado melhorar o tratamento antidepressivo. Mas isso é coisa complicada para outros dias. Bem, voltando ao hipertenso lá de cima, diurético tiazídico, inibidor da ECA, beta-bloqueador, bloqueador de canal de cálcio, antagonista de receptor de angiotensina e por aí vai. Todos estes elementos podem ser sinérgicos se atuarem em diferentes alvos farmacológicos, daí podemos somar doses menores de todos eles e obter um resultado bom, só que com doses menores de cada um individualmente, teríamos menor risco de efeitos adversos. Mas voltemos ao nosso hipertenso lá de cima novamente. Dieta restritiva de sal, potássio e magnésio. Não deu certo, diurético. Mas o diurético com dieta restritiva de sal, em estudos mais recentes tem demonstrado parecer não ser tão seguro assim, há estudos sugerindo que no uso de diurético, a dieta restritiva de sal poderia ter riscos a saúde. Mas voltando, potássio, magnésio. Talvez cálcio, porém para o cálcio ter efeito antihipertensivo tem que ser sem vitamina D. Mas temos o inibidor da ECA, que age via produção de óxido nitrico no endotélio, não apenas ele, o antagonista de receptor de angiotensina II também faz isso, então produzir óxido nitrico é bom quando entramos com uma terapia antihipertensiva com inibidor da ECA e daí arginina é interessante, mas como cofator, o ácido fólico e se o individuo for fumante, antioxidantes. Alguns polifenóis estimulam produção de óxido nitrico, poderiam ser úteis antes de um inibidor da ECA, como flavonóis da oliva e do cacau. Se dados juntos com o inibidor da ECA eu acredito que o efeito não será tanto, a não ser na presença de tensão oxidativa, daí o seu efeito antioxidante inibirá a reação entre óxido nitrico e radical superóxido, diminuindo a formação de peroxinitrito, daí eu teria um efeito antihipertensivo total ou máximizado. Tem mais e mais. Mas não para hoje, para depois...
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2 comentários:
Henry, o que vc acha? É a resistência à insulina que leva à disfunção mitocondrial ou à disfunção mitocondrial que leva à RI? riquenutri@click21.com.br - Obrigado, um abraço.
Bem, eu já vi artigos falando sobre a disfunção mitocondrial e resistencia a insulina, porém acho que é uma estrada de duas vias.
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