domingo, 30 de novembro de 2008
Arginina e Glutamina
No numero de dezembro do Journal of Nutrition, há um trabalho sobre suplemento de arginina e glutamina. O trabalho avaliou por biopsia a produção de fator de necrose de tumor alfa e fator nuclear k-B em doença de Crohn. No frigir dos ovos, a conclusão é que o suplemento de arginina e glicina em altas doses estão associados a diminuição destes sinalizantes e outras citocinas. Abre um caminho para uso destes aminoácidos nesta patologia e outras, como colite ulcerativa. Há a necessidade de se avaliar num futuro próximo a interrelação entre glutamina, arginina, citrulina, ornitina, prolina e o bcaa. Há inegavelmente uma interrelação bioquimica entre todos, sendo que o bcaa doa o radical amino para o cetoglutarato para formar glutamato, glutamina que depois dá origem ao restante dos aminoácidos, citrulina, ornitina, arginina e prolina. A associação poderá dar resultados interessantes em uma extensa variedade de patologias, dentre as quais a doença de Crohn e a colite ulcerativa. No caso destas duas, a inflamação subjacente poderá ter um controle melhorado se utilizarmos procedimentos já conhecidos como a ingestão de fibras soluveis, quitosana, probioticos, zinco e o uso de fitoterapicos, eu particularmente recomendaria a Boswellia serrata, cujos ativos, ácidos boswellicos inibiriam inflamação a nivel de lipoxigenase, que teria um efeito muito bom nas patologias citadas. Outro produto relativamente seguro é o ácido butírico, talvez na forma de algum butirato, seria altamente útil para auxiliar no controle da doença, o problema é que o ácido butírico é liquido e não achei ainda no mercado produtos contendo butirato, por exemplo de cálcio ou magnésio.
sábado, 22 de novembro de 2008
Cheiros
Hoje foi interessante. Jantei com um amigo que é especialista em óleos essenciais. Bem, apenas para reviver os fatos anteriores. Ando estudando muito os óleos essenciais, acredito que serão muito úteis no futuro próximo para o tratamento de inúmeras patologias. Há estudos em animais e humanos mostrando a aplicação de alguns óleos essenciais e terpenos especificamente, monstrando inclusive modo de ação. Vamos pegar por exemplo o óleo de Salvia officinalis, de origem européia, que após inhalado mostrou melhora de memória nos pacientes idosos, e mais, mostrou melhora de humor em pacientes. Os efeitos podem estar associados ou não. A Lavanda e o Citrus aurantium mostraram ter efeitos calmantes nas populações que inhalaram o óleo essencial, mesmo a concentrações muito pequenas, dados indicam para estudo calmantes, por exemplo 5omcL. Há também os que teriam efeito analgésico, imaginem um óleo essencial analgésico (falta mas poderá ser identificado no futuro) onde voce inhala o mesmo e praticamente imediatamente melhora de uma enxaqueca ou de uma cefaléia. Há sim estas possibilidades. Hoje ficamos com os já estudados, até mesmo alguns anti-estresses, e o linalol, presente em várias plantas como o pau rosa ou o majericão doce, todos podem ter efeitos anti-estresse e calmante para uso em humanos no presente.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Leucina, Glicose. Insulina
Esta semana foi publicado um artigo legal. Os pesquisadores administraram glicose, leucina e glicose e avaliaram o nivel de insulina e glicose nos pacientes. De forma interessante, quando administramos leucina e glicose, observa-se uma curva glicemica menor e uma nivel de insulina maior. Quando administrada sozinha, a leucina aumentou o nivel de insulina. Este efeito é interessante quando analisamos o potencial efeito no atleta. Lembrem-se, leucina estimula mtor. Insulina estimula mtor. Ambos estimulam de forma sinérgica, daí uma opção que pode ser interessante no atleta de resistencia é administrar leucina com glicose e o whey. Um trabalho anterior comparou whey e os aminoácidos essenciais e não essenciais em grupos isolados. Como resultado, observou-se um aumento no ganho de massa, medido pela captação de fenilalanina marcada pelo músculo. Se analisarmos os dois trabalhos somados, whey, glicose enriquecido com leucina pode ser uma boa opção para ganho de massa. Eu não costumo recomendar glicose no meio, mas o trabalho tende a mudar minha abordagem em ganho de massa, eu conseguiria um rendimento maior. Outro dado interessante é o fato de que a proteína hidrolisada pode induzir liberação de igf-1, daí um efeito sinérgico, insulina, igf-1 não pode ser descartado para melhora do resultado no ganho de massa. Acho que tudo isso deve ser avaliado e o grande diferencial em termos de resultado é o momento de administrar o produto. Penso que o momento é mais importante que o produto em si. A interação sinérgica é importante também, um conhecimento de bioquimica e fisiologia ajudariam bem.
domingo, 16 de novembro de 2008
Carnitina
Venho sistematicamente estudando a carnitina já há alguns anos, na verdade varios anos. Há trabalhos contraditorios sobre seu efeito, porém mais recentemente tem sido publicados trabalhos mostrando eficácia e comparação ao placebo. O motivo é bem simples, começou-se a triar o tipo de pesquisa a ser feita, bem como a dose usada tem uma avaliação prática mais pé no chão. Falo isso porque de alguns anos para cá, não se faz mais trabalhos com carnitina em baixa dose, partindo do pressuposto que a absorção é em torno de 15%, de uma dose de 1g espera-se a absorção de 150mg. O uso parenteral é sempre mais eficaz, daí os trabalhos tem usado ou dose ora grande (acima de 1g) ou parenteral. A dose para neuropatia diabética varia de 1g a 2g por dia, e há trabalhos com resultado já em 500mg, tem também demonstrado melhorar a atividade da insulina, bioquimicamente já comprovado. Há também estudos em fadiga central e fadiga muscular, principalmente em pacientes idosos. Estudos em doenças neurodegenerativas, doença cardiaca e outros. Mas eu vejo como altamente promissor o seu uso pós-hemodiálise, onde a diálise retira a carnitina da circulação sanguinea. Vejo também aplicaçoes boas como neuroprotetor e protetor mitocondrial. Na verdade ja há trabalhos nesta área com doença de Alzheimer. Em perda de peso há alguma coisa, mas ainda insipida, mas os estudos mostram efeito acima de 2g apenas. E não há mais aquela dúvida de dl-carnitina e l-carnitina, apenas a l-carnitina deve ser usada, ou seus derivados acetilados, propionados. A dl-carnitina, isomero racemico tem na verdade mostrado que a forma d compete com forma l e no final das contas o rendimento é minimo. Aquela historia que a dl-carnitina é para perda de peso ou outra coisa qualquer é invenção de quem não tem o que fazer.
domingo, 9 de novembro de 2008
Zinco....
Olá. O zinco tem sempre despertado a atenção geral por sua importancia como um oligoelemento. O zinco é fundamental para várias enzimas no corpo, dentre elas a superóxido dismutase citoplasmática e extracelular, fosfatase alcalina. A liberação de insulina pressupõe a presença de zinco, bem como a recepção de mensagens a partir de hormonios não peptidios ocorrem em zinc fingers ou dedos de zinco. Zinco é importantíssimo na síntese proteica e turnover celular. Todos tecidos que tem alto turnover (pele, hematopoiético, sistema digestivo) são penalizados com a deficiencia de zinco. Tido como um imunoestimulante, os estudos mais recentes mostram este efeito e mais, o efeito é maior quando há uma prévia deficiencia de zinco. Zinco é utilizado para melhorar a resposta imune em idosos e crianças e os estudos mostram até 30% de redução em infecções das vias aéreas respiratórias com uso de 20mg de zinco todo o dia em pacientes idosos. Vou mais além, acho que o zinco é um excelente antioxidante. Nâo apenas por sua participação em enzimas antioxidantes, mas também porque o zinco estimula a produção de metalotioneinas, que são proteinas ricas em terminasi SH e que por isso tem atividade antioxidante e detoxificante de metais (Cd, Hg, Pb, As, Cu, Fe). Por este motivo, doses altas de zinco são protetores antioxidantes diretamente. Uso tópico de zinco mostra efeito antioxidante por este mesmo mecanismo de metalotioneinas. Eu acredito muito também no efeito no fígado, doses orais de zinco, após serem absorvidas, terão um efeito indutor de metalotioneinas no fígado e teremos então proteção antioxidante hepática por duas vias, uma via o efeito antioxidante de proteinas SH e a outra a quelação de metais como Cu e Fe. Porém há também o outro lado da moeda, zinco em excesso cronicamente é associado a uma maior precipitação de proteína beta-amilóide, associado então a Alzheimer. E zinco em excesso, mas muito excesso pode mostrar efeitos imunossupressores. Trabalhos tem demonstrado que doses de 660mg de zinco por dia na forma de sulfato tem melhorado sintomas de artrite reumatóide.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Homocisteína
A homocisteína é cantada em verso e prosa como marcador de risco de doença cardíaca. Era moda até há alguns anos atrás. Bem, a homocisteína é uma molécula produzida naturalmente em nosso corpo no ciclo de transmetilação onde também temos a produção de cisteína e taurina a partir da metionina. Estes ciclos, metilação de neurotransmissores, metilação de glicosaminoglicanas, metilação de estruturas variadas (mais de 300) tem um duplo entendimento no nosso corpo. Se eu metilo menos, por vários motivos, eu teria menor formação de cisteína e taurina. Se eu metilo muito eu formo homocisteína. A homocisteína retorna a forma de metionina via ácido fólico/B12 e a enzima metileno tetrahidrofolato redutase ou via quimica pela betaína. Entender a implicação deste ciclo é interessante. Vamos lá:
1 - se eu metilo menos eu formo menos homocisteína, mas também formo menos glicosaminoglicanas e neurotransmissores, fosfatidilcolina, cisteína, taurina e portanto menos glutationa.
2 - se eu metilo suficientemente, tudo ok. Mas preciso voltar a homocisteína a metionina.
3 - se eu metilo suficientemente mas tenho deficiencia de vitamina B6, eu formarei menos cisteína e taurina, automaticamente, formarei menos glutationa e enzimas que dependem do SH.
4 - se eu metilo suficientemente mas tenho deficiencia de vitamina B12/folato/metileno tetrahidrofolato redutase (qualquer um deles), eu acumulo homocisteína.
5 - se eu tenho deficiencia neste ciclo de vitamina B12/folato/metileno tetrahidrofolato redutase, eu formo menos derivados destes produtos, um deles? o óxido nitrico, que precisa deste ciclo para ser produzido a partir de arginina. Penso que talvez a falta de folato seja o real risco da alta da homocisteina, e estudos mostram que cerca de 90% dos pacientes que tem homocisteína alta, corrige-se com ácido fólico.
6 - se eu tenho polimorfismo para metileno tetrahidrofolato redutase, eu voltarei com menos rapidez a homocisteína para metionina, automaticamente o corpo fica com duas opções, ou precisa de mais metionina ou cicla quimicamente a homocisteína para metionina com a betaína.
O raciocínio final é interessante, deficiencia do ciclo de metilação e transformação de aminoácidos sulfurados pode ter repercussões fantásticas na nossa bioquimica. Imaginem então uma população de risco com polimorfismo para metileno tetrahidrofolato redutase... Eles teriam menos metilação e menos transformação de aminoácidos sulfurados, menos cisteína, menos taurina e menos glutationa formados a partir da metionina. Por outro lado, poderemos no futuro identificar uma subparcela da população onde o suplemento de betaína poderá melhorar quadros de depressão, demencia e osteoatrite. Basta escolher a população certa. No final das contas, devemos sempre pensar que este ciclo metabólico influencia vários pontos da nossa bioquimica, grosseiramente falando: a produção de óxido nitrico diminui a perfusão, a repercussão pode ser deste uma aterosclerose até uma demencia isquemica, passando por diminuição da agregação plaquetária e diminuição na sensibilidade genital e impotencia erétil masculina. A diminuição de cisteína levaria a diminuição de glutationa, diminuição da capacidade antioxidante, detoxificante e maior risco de sintomas graves de mania e esquizofrenia. A diminuição de taurina levaria a um risco maior de tensão oxidativa no olho e coração, que podem culminar em arritmias e cataratas ou degeneração macular. E por aí vai...
1 - se eu metilo menos eu formo menos homocisteína, mas também formo menos glicosaminoglicanas e neurotransmissores, fosfatidilcolina, cisteína, taurina e portanto menos glutationa.
2 - se eu metilo suficientemente, tudo ok. Mas preciso voltar a homocisteína a metionina.
3 - se eu metilo suficientemente mas tenho deficiencia de vitamina B6, eu formarei menos cisteína e taurina, automaticamente, formarei menos glutationa e enzimas que dependem do SH.
4 - se eu metilo suficientemente mas tenho deficiencia de vitamina B12/folato/metileno tetrahidrofolato redutase (qualquer um deles), eu acumulo homocisteína.
5 - se eu tenho deficiencia neste ciclo de vitamina B12/folato/metileno tetrahidrofolato redutase, eu formo menos derivados destes produtos, um deles? o óxido nitrico, que precisa deste ciclo para ser produzido a partir de arginina. Penso que talvez a falta de folato seja o real risco da alta da homocisteina, e estudos mostram que cerca de 90% dos pacientes que tem homocisteína alta, corrige-se com ácido fólico.
6 - se eu tenho polimorfismo para metileno tetrahidrofolato redutase, eu voltarei com menos rapidez a homocisteína para metionina, automaticamente o corpo fica com duas opções, ou precisa de mais metionina ou cicla quimicamente a homocisteína para metionina com a betaína.
O raciocínio final é interessante, deficiencia do ciclo de metilação e transformação de aminoácidos sulfurados pode ter repercussões fantásticas na nossa bioquimica. Imaginem então uma população de risco com polimorfismo para metileno tetrahidrofolato redutase... Eles teriam menos metilação e menos transformação de aminoácidos sulfurados, menos cisteína, menos taurina e menos glutationa formados a partir da metionina. Por outro lado, poderemos no futuro identificar uma subparcela da população onde o suplemento de betaína poderá melhorar quadros de depressão, demencia e osteoatrite. Basta escolher a população certa. No final das contas, devemos sempre pensar que este ciclo metabólico influencia vários pontos da nossa bioquimica, grosseiramente falando: a produção de óxido nitrico diminui a perfusão, a repercussão pode ser deste uma aterosclerose até uma demencia isquemica, passando por diminuição da agregação plaquetária e diminuição na sensibilidade genital e impotencia erétil masculina. A diminuição de cisteína levaria a diminuição de glutationa, diminuição da capacidade antioxidante, detoxificante e maior risco de sintomas graves de mania e esquizofrenia. A diminuição de taurina levaria a um risco maior de tensão oxidativa no olho e coração, que podem culminar em arritmias e cataratas ou degeneração macular. E por aí vai...
Assinar:
Postagens (Atom)