Bem, este texto é atendendo a necessidade da Débora de BC.
O uso de temperos ou especiarias com finalidade medicamentosa é uma arma no tratamento dos pacientes, para o dia a dia ou para momentos especiais. Há uma certa facilidade em conseguir os produtos e em função disso, o aumento de seu consumo no dia a dia se torna fácil. Há centenas de anos atrás as especiarias comercializadas na Europa eram originárias do oriente e a necessidade de seu consumo levou a uma expansão no mapa do mundo conhecido, grandes descobertas, tudo em função da necessidade de descobrir um novo caminho para importação de especiarias. Naquela época o foco era apenas o sabor. Hoje estudos indicam que especiarias ou temperos são elementos que podem ser usados como armas no dia a dia. Vamos por partes.
Açafrão - não o Crocus, mas a Curcuma. A curcuma é conhecida por conter curcumina, e trabalhos relatados na medicina ocidental e os trabalhos relatados na India, originários da medicina Ayurvedica dão a curcumina várias ações no corpo, a principal como antioxidante, porém a curcuma e a curcumina podem ser usados para tratamento de doenças inflamatorias, como artrite reumatóide e colite ulcerativa, o grande problema é a biodisponibilidade baixa da curcumina, que pode ser melhorada adicionando temperos, a pimenta do reino ou Piper nigrum tem um ativo que é a piperina que inibe o metabolismo hepático da curcumina e daí aumenta a atividade da mesma. Dentre os efeitos esperados da Curcuma podemos citar também o efeito quelante de metal tóxicos.
Piper nigrum - pimenta do reino. Tem um ativo chamado piperina, este ativo atua no fígado inibindo o metabolismo de alguns produtos, como a curcumina, citada anteriormente aumentando sua disponibilidade, mas também melhora a da coenzima Q10 e do betacaroteno. Coenzima Q10 encontramos em músculos, como coração. Betacaroteno na cenoura por exemplo. Coenzima Q10 com piperina da pimenta do reino melhorará seu efeito antioxidante e cardiotonico.
Açafrão (o outro, o espanhol) - Obtido das flores da planta Crocus, existem estudos mostrando o efeito antidepressivo do Açafrão. O produto em si, encapsulado e tomado no dia a dia mostrou efeitos antidepressivos comparáveis as drogas tradicionais. O problema limitante é o preço. Muito caro. Mas parece ser muito eficaz, ativo na forma de erva total.
Páprica - conte capsinoides, produtos que tem uma atividade semelhante a capsaicina (responsável pelo ardor da pimenta), ativo de plantas do gênero capsicum (na verdade a Páprica é o Capsicum annuum). Tem efeito termogênico e em doses relativamente pequenas de capsinoides, tipo 6mg por dia testado em humanos adultos, mostrou induzir perda de peso por termogênese.
Pimenta vermelha (Capsicum) - contém capsaicina, responsável pelo ardor gostoso que dá aos alimentos. A capsaicina é um analgésico potente quando aplicado na pele, inicialmente aumenta a dor e o ardor, mas depois de algumas aplicações diminui a sensibilidade, a capsaicina em sí é usada para tratar neuropatia diabética e neuropatia pós-herpética. Este efeito também levou a pimenta vermelha a ser usada na forma de pó para dispepsia, e pasmem, o resultado foi bom.
Canela - A canela é uma planta originária da região do Ceilão e tem sido usada há anos pela medicina Ayurvédica para diabetes tipo 2. Realmente os estudos mais recentes mostram que o consumo de canela em pó ou do óleo essencial de canela melhora a glicemia neste tipo de paciente. O ativo parece ser o cinamaldeído, mas foram identificados ativos nas folhas, sementes, frutos e cascas que nãos o cinamaldeído.
Alecrim - antioxidante potente, bactericida. Tem sido usado como conservante alimenticio hoje em dia. Estudos indicam que ao respirar o óleo essencial de alecrim o efeito antioxidante do mesmo protege contra o efeito danoso da poluição, mas ainda tem que ser testado em artigos cientificos.
Cravo - o cravo tem um cheirinho adocicado, mas em excesso, meio ardido. A parte volátil do cravo tem um antisséptico potente, o eugenol. Tem sido aplicado com antisséptico em vários casos, no caso de doenças respiratórias seria interessante em função do mesmo ser volátil.
Sálvia - Bem, a sálvia é um tempero incomum, mas os dados mostram que a infusão da sálvia, feita de forma a preservar o óleo essencial, tem efeitos estimulantes da memória.
Gengibre - gengibre tem sido aplicado há muito tempo para dispepsia. Contém gingerol e shagol, produtos responsáveis por sua atividade. O pó do gengibre tem efeito antiemético, usado há muito tempo por grávidas e também por marinheiros com cinetose. Estudos confirmaram este efeito e demonstraram um efeito adicional, o benefício no tratamento de artrite reumatoide. O gengibre tem efeito anti-inflamatório.
Alho - alho é muito conhecido, a alicina, ativo ao qual se atribuem os efeitos do alho tem atividade vasodilatadora e antihipertensiva. Os derivado sulfurados do alho tem alta atividade antioxidante. O alho pode ser consumido em natura ou na forma de extratos. Ao ser expelido pela respiração, algumas moléculas com efeito bactericida mostram benefícios em infecções respiratórias.
Cebola - o consumo de cebola e alho juntos foram associados a prevalencia menor de cancer de prostata. Mas a cebola contém flavonóides como a quercetina, que tem efeito antioxidante e anti-inflamatório.
Cominho - faltou a Nigella. Por sinal nome da anfitriâ num programa de culinária, o cominho tem estudos mostrando benefício em asma.
Se colocarmos outros produtos, como os aromáticos que estão sendo muito usados em doces (tive experiencias com macarons), podemos extrapolar os efeitos. Se contarmos chás feitos com técnica com produtos adequados, aumenta ainda mais.
Se esqueci algum sinto muito. Demencia senil ou isquemica.
sábado, 31 de janeiro de 2009
Chumbados
O chumbo é um contaminante ambiental disperso. Segundo a agencia de proteção ambiental americana (EPA do inglês), o chumbo é um metal tóxico multidistribuido e multicontaminante, ou seja, entramos em contato com o chumbo pelas particulas do ar, contaminação em fontes de água, resíduos de industrias, tintas, alimentos, etc. No final das contas, parece ser praticamente impossível não ter chumbo em nosso organismos. Estudos avaliando chumbo nos ossos de cadáveres mortos na idade média e comprando com mortos na época atual mostram que os níveis de chumbo naquela época eram cerca de 50 vezes menores que nos dias de hoje. E não é apenas isso, estudos indicam que países em desenvolvimento tem dificuldade em controlar o nivel de chumbo em tintas e, em alguns países, as tintas chegam a ter teores altíssimos de chumbo, o que com o tempo, contamina os moradores da casa. Estudo do ano de 2006 recomenda que devemos baixar o nivel máximo de chumbo aceito, 10mcg/dL hoje para 2mcg/dL. Noticia ruim, nas avaliações de chumbo no sangue que tenho acompanhado, é raro não vir chumbo, e é comum vir chumbo acima de 2mcg/dL, considerado ainda pelas agencias de saúde como um nível aceitável. Estudos na Austrália mostram que o chumbo no ambiente por conta de mineradoras leva a uma diminuição no QI das crianças que tem contato com este chumbo, e mesmo após tratamento e deslocamento destas crianças para áreas não contaminadas, o efeito n QI persiste, apesar de mostrar uma leve melhora no desenvolvimento das crianças, levando a concluir que a lesão é permanente. Estudos da década de 1980 mostraram que mesmo quelando o chumbo se deposita no osso e o osso é como se fosse um depósito de chumbo no corpo, durante o turnover ósseo a desmobilização de cálcio provoca desmobilização de chumbo e este chumbo volta a corrente sanguínea e causa sua toxicidade em tecidos moles. Estudos da década de 1990 mostram que, mesmo quelando o chumbo e controlando a contaminação exógena, eu ainda devo me preocupar com a contaminação exógena, ou seja, a desmobilização óssea, que pode manter o nivel de chumbo elevado no sangue por centenas de semanas, dependendo do quanto há de depósito no osso. Notícia ruim? sim, por isso eu defendo trabalhar com contaminação por chumbo não apenas quelando, quelar o chumbo hoje é apenas parte do tratamento, a não ser que seja intoxicação aguda. Quelar o chumbo com DMSA, ácido lipoico ou EDTA-cálcico é parte de um tratamento abrangente que deve focar também antioxidantes e compensadores metabólicos. Se há anemia, ferro deve ser dado, se há problemas com grupo heme, devemos pensar na vitamina E. Devemos também pensar sempre em antioxidantes como vitamina C, vitamina E, ácido lipoico, complexo B. Outro dado se refere a toxicidade inerente do chumbo ao sistema nervoso central, refletindo em sintomas neuropsiquiátricos. Se há uma doença já estabelecida, a toxicidade deve ser reavaliada. Dois estudos, um do ano passado e outro deste ano em crianças com déficit de atenção em desordem de hiperatividade mostraram que o chumbo em niveis de 1mcg/dL piora o quadro clinico das crianças. Imaginem então outras desordens metabólicas, como o idoso com doença de Alzheimer. Será que isso é real para pacientes com Parkison intoxicados por manganês? O tempo dirá.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Metais tóxicos
De forma interessante, há algumas dezenas de anos atrás o mundo começou a se preocupar com a contaminação ambiental com metal tóxico. Começou com os dados dos EUA referentes ao chumbo como antidetonante na gasolina e o seu efeito na população. Havia repercussões principalmente no sistema nervoso central, mas em alguns casos, até anemia severa. Daquela época até hoje, os niveis aceitáveis de chumbo no sangue da população foi caindo, caindo e hoje, sugere-se que 2mcg/dL seria o nivel minimo. Porém estudos recentes, particularmente em crianças tende a mostrar que o nível ideal é zero ou bem perto de zero. a 1mcg/dL os pacientes com déficit de atenção e desordem de hiperatividade apresentam alterações mensuráveis nos parametros comportamentais. O mesmo ocorre com outros elementos. Recentemente as publicações da American Heart Association começaram a se preocupar com o mercurio, chegando em alguns artigos a chama-lo de assassino silencioso. Realmente causa preocupação. Artigos de tres anos atrás avaliando comportamento em pacientes que trabalham com mercúrio (amálgama), mesmo sem niveis mensuráveis no sangue sugeririam que a presunção do contato é suficiente para, quando deparando com sintomas típicos, realizar tratamento. E na verdade, pacientes com presunção de contato com mercurio, produtores de amálgama, quando quelados para mercúrio, aumentaram sua excreção e tiveram melhora em parametros comportamentais avaliados pela escala de depressão de Hamilton, uma escala validada. Dados mais recentes sugerem que o arsenio também é problemático quanto a este metabolismo e que, mesmo em quantidades baixas, há a presunção da toxicidade bioquimica, que num futuro pode resultar em patologias estabelecidas depois de contato cronico. Isso serve também para zinco, cobre e ferro. Os seus niveis aumentados de forma constante, são associados com maior prevalencia de doença de Alzheimer, lembrem-se, metais catalisam reações quimicas, daí o catalisador não precisa estar em alta quantidade. Lembrem-se, mercurio reagem com SH de proteínas, mais especificamente enzimas, enzimas inibidas traduzem em cinéticas de reações mais lentas e problemas futuros. Podemos transpor esta raciocínio para elementos como o lítio. Lítio modula muitas reações no organismo, é neuroprotetor e ao mesmo tempo melhora a densidade de receptores serotoninérgicos, o que pode contribuir com depressão na falta de lítio. Há ainda outros casos que poderíamos discorrer aqui, mas fica o recado. Níveis aceitáveis não quer dizer níveis normais. Bioquimicamente falando.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Alzheimer
As moléculas usadas para tratar doença de Alzheimer evoluem cada vez mais. Inicialmente fármacos com elevado nivel de efeito colateral visando inibir a aceticolinesterase foram substituidas por fármacos mais seletivos. Descobriu-se que na placa de depósito de proteína beta-amiloide a enzima atuante é a butilcolinesterase, a conhecida antiga pseudocolinesterase, daí drogas mirando a butilcolinesterase foram desenvolvidas, cada vez mais seletivas. Hoje avaliamos o nivel de seletividade in vitro pelo grau de inibição de acetil e butilcolinesterase, onde os inibidores mais especificos da butilcolinesterase são escolhidos. É o caso interessante do fitoterapico Hyperzia serrata. Há também o donepezil, ambos tem uma especificidade maior. Mas a abordagem para doença de Alzheimer extrapola alvos farmacológicos especificos, hoje a abordagem que tende a se propagar é a mesma que foi introduzida em artrite, a modificação da doença. Atuando em vários pontos. Então um dos pontos da doença de Alzheimer é a compensação do estresse oxidativo via antioxidantes, somado a isso temos o efeito benéfico de anti-inflamatórios. Somado a isso, temos no neurônio lesado por Alzheimer um aumento da neurotransmissão glutamatérgica, que libera cálcio, que libera glutamato e leva a tensão oxidativa e cascata de caspase 9 levando a apoptose de neuronios. Então inibir glutamato pode ser interessante, é o foco da droga memantina. Ainda neste foco, inibir a apoptose pode ser um outro ponto adicional, daí a minociclina é a droga hoje mais estudada, mas altas doses de niacina se avizinham para uso com eficácia. Drogas fitoterápicas com tendencia antioxidante e anti-inflamatoria podem ser boas armas, o Ginkgo biloba com suas ginkgoflavona glicosídeos é um destes. Além disso há outros e o mais promissor é a curcumina, da Curcuma longa. Moderação de zinco, calcio, aluminio, cobre e ferro é outra tendência, daí o chá verde, mais especificamente o galato de epigalocatequina parece ser uma boa opção. O raciocínio inclusivo é interessante para abordar doenças, sugiro que os leitores comecem a avaliar as doenças desta forma, o sucesso será maior.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Mil e uma utilidades
Há drogas que tem várias aplicações e tende-se a descobrir novas aplicações para drogas antigas a cada dia. O exemplo que vejo hoje que mais me chama a atenção é a memantina, um modular de receptor de glutamato tipo n-metil-d-aspartato, por isso denominado NMDA. Como o nome já diz, modula a neurotransmissão excitatória tipica de receptores glutamatérgicos e foi desenvolvida visando Alzheimer, principalmente num estado avançado onde a apoptose de neuronios por atividade aumentada de cálcio, calmodulina, caspase 9 leva a um circulo vicioso que gera glutamato que gera a liberação maior e mais prolongada de cálcio no SNC que leva a uma maior neurotransmissão glutamatérgia, indução de apoptose de neuronios via citocromo C e caspase 9 e por aí vai. Ele poderia ter um efeito benéfico retardando a degeneração neuronal, mas também controlaria a fase agressiva do paciente. Bem como há neuronios que usam o mesmo neurotransmissor mas tem atividades diferentes em diferentes áreas do cérebro, a memantina hoje está demonstrando benefício em enxaqueca, melhora de efeito de antidepressivo e hoje foi publicado um trabalho legal em esquizofrenia. Isso é tipico com drogas, quem se surpreende é quem não entende de farmacologia e acha que o efeito é restrito. Devemos analisar bem o processo de ação farmacológica e sobrepô-lo a outros pontos, todas as drogas apresentarão beneficios além daqueles ao qual ela mirou inicialmente, isso ocorre também com estatinas, os efeitos pleiotróficos das estatinas levarão as mesmas a serem aplicadas em inumeras outras patologias, inclusive a própria doença de Alzheimer, mas ainda para ser finalmente comprovado. Se imaginarmos em nossa mente um mapa metabólico, deveríamos pensar nisso com lógica, peguem um estradiol por exemplo, é um hormonio feminino (não apenas), que modula funções dos órgãos reprodutivos, mas tem efeito neuroprotetor no cérebro, tem efeito anti-inflamatório, estimula o anabolismo de osteócitos, fibroblastos e condrócitos, estimula a produção de óxido nitrico, estímula indiretamente a tirosinase, indiretamente inibe a catecolamina ortometiltransferase aumentando a concentração de neurotransmissor na fenda sináptica, modula a memória verbal e raciocínio dedutivo lógico, é anabolizante para os tendões. É molé? não, então qualquer droga que tenha efeito em receptor estrogenico poderá alterar todas estas funções, é só esperar para ver...
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Vitamina D ou não?
Eu comentei em minhas aulas que o ano passado foi o ano da vitamina D, inúmeras publicações a disposição, avaliando os vários aspectos da vitamina D. Mas um aspecto é o mais mirado, seu efeito como imunomodulador. Então devemos avaliar se usamos ou não vitamina D como imunomodulador, os trabalhos em artrite reumatóide estão em andamento. De nota sabemos que crianças que consomem mais vitamina D e população que consome vitamina D em geral tem menor prevalencia de doenças autoimunes, como diabetes tipo 1 em crianças ou mesmo outras doenças. Vamos pensar por outro lado, a posição do individuo no planeta também pode afetar o estado de vitamina D? Bem, os estudos mostram que é melhor suplementar o colecalciferol que o ergocalciferol, dizem os especialistas que o nivel plasmático responde melhor, e também há um nivel muito de segurança com doses altissimas e doses de 1000ui por dia durante vários anos não mostraram efeitos adversos significativos. Mas até que ponto devemos suplementar a vitamina D? Eu acho que pacientes com doenças autoimunes devem usar doses altas, podendo até dar uma dose de ataque maior, tipo 10.000ui por dia, controlando o nivel de cálcio no sangue e depois diminuindo para 1000ui por dia. Há benefícios adicionais, por exemplo em artrite, o numero de quedas e o de fraturas tenderá a diminui, visto que a vitamina D melhora a função articular, o controle do equilibrio. Há outras possibilidades, dar a vitamina D numa abordagem inclusiva, tipo artrite reumatóide. Eu faria o ácido gama linolenico que formará prostaglandina E1 que é imunomoduladora, ácido eicospentaenóico, que formará prostaglandinas menos inflamatorias e leucotrienos com menor atividade (cerca de 10% do normal) mais vitamina D. Por que não? Seria um ótimo adjuvante no tratamento de artrite reumatóide e outras doenças. Eu acrescentaria uns 3mg de boro elementar e talvez alguns fitoterapicos, como a Boswellia. A Boswellia serrata seria um ótimo adjuvante ao ácido eicosapentaenóico e ao ácido gama linolenico no tratamento de doenças inflamatórias. Também há outras possibilidades, como a Uncaria, a Uncaria tomentosa seria um ótimo diminuidor de TNF-alfa, que daria um sinergismo todo especial. Há abordagens menos problemátics por exemplo em doenças inflamatórias, inibidores de fator nuclear de transcrição B (NF-kB), como por exemplo a curcumina da Curcuma longa, daí uma associação. Trabalhar na cascata inflamatória atuando em vários niveis diferentes, acho que este é o ponto. No final das contas, não excluo no caso de artrite por exemplo o uso de anti-inflamatorios não esteroidais, eu gosto do nimesulide, que é anti-radicais livres. Ou uso de um inibidor da timidilato sintetase, como o metotrexato. Ou mesmo um novo, um biológico, um infliximab ou uma leflunomida. Há várias opções, podemos usar um pouco de cada numa abordagem polifarmácia e suplementar para obter resultados com menores efeitos adversos.
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Curso
Bem, este ano de 2009 vou tentar algo diferente, vou montar um curso em São Paulo, ligando tudo. Bioquimica, farmacologia, medicamentos, fitoterapicos e suplementos. Passando por fisiopatologia das doenças, interagindo o uso de medicamentos com racionalidade, baseado no conhecimento da fisiopatologia e trabalhando com todas as ferramentas a disposição. Vamos pegar um exemplo pra ficar claro, esquizofrenia, há um desequilíbrio na neurotransmissão e também um desequilibrio metobotropoico na esquizofrenia, há principalmente uma alteração na neurotransmissão glutamatérgica interagindo com baixa da serotoninérgica. Há medicamentos para esta finalidade, os antipsicóticos, típicos e os atípicos. Ambos controlam sintomas positivos mas não os negativos. Os negativos podem ser controlados aumentando o aporte de glicina, pois o receptor do glutamato tem dois coativadores, a d-serina e a glicina, quando tem muita d-serina, a neurotransmissão é otimizada, a glicina limita um pouco esta ativação, portanto glicina em alta concentração melhora a eficácia dos medicamentos. Há dados do efeito benéfico do ginkgo biloba neste caso, talvez por aumentar a serotonina. Também tempos os efeitos dos antipsicóticos atipicos, resistencia a insulina maior e tendencia a obesidade e maior risco de doença cardiaca. Então podemos corrigir total ou parcialmente com uma dieta para diabético, ou medicamentos, como a metformina, talvez cromo, talvez gimnema silvestris. Há muito o que discutir, há também o acréscimo de omega-3 como suplemento, levando então uma abordagem inclusiva da esquizofrenia onde temos o uso de antipsicoticos atípicos (risperidona e olanzapina), glicina em alta dose, extrato de Ginkgo biloba, omega-3, cromo/metformina/gimnema. Isto pode ser colocado em termos práticos para depressão, parkinson, alzheimer, hipertensão arterial, envelhecimento, déficit imune, menopausa e vários outros.
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