segunda-feira, 23 de março de 2009

Ainda cálcio.

Bem, no comentário anterior falei sobre cálcio e cálculo renal. Agora vamos conversar sobre cálcio em osteoporose. Os estudos publicados mais recentemente tendem a mostrar um problema associado a doses elevadas de cálcio (as usadas em menopausa para osteoporose) e seu risco de depósito em artérias. Acompanhamento de pacientes usando cálcio mostram que há uma tendência a calficação das artérias nestes pacientes mais idosos e que há um risco maior de doença cardíaca e de isquemia cerebral. Mas não é algo para se assustar. Vamos colocar na balança que o paciente precisa ingerir cálcio. Se vivessemos num meio politicamente correto, preocuparíamos com o cálcio na população logo na infância e principalmente na adolescência. Eu defendo que grupos de risco devem começar a usar cálcio, no mais tardar na pré-adolescencia, quando os hormonios estão em alta, daí uma incorporação maior de cálcio no osso, e há também o crescimento. Estudos indicam que cálcio pode ser um limitante do crescimento nos estirões e estudos em adolescentes mostram que o suplemento de cálcio em garotos e garotas leva a um crescimento maior em comparação ao placebo ou não suplementação. Bem, esta é uma face do cálcio. Há outra, a associação de consumo de cálcio e um peso menor e uma pressão arterial tendendo a menor também. Mas vamos voltar a mulher pós-menopausa em osteoporose, usar cálcio nesta população é importantissimo, mas se usarmos em dose muito alta, seria problemático e de risco. Daí vejo uma necessidade de estudos para avaliar a real necessidade de cálcio para o tratamento de osteoporose no paciente, partindo da premissa que o tratamento e prevenção de osteoporose é uma abordagem inclusiva. Eu vejo como alternativa usar o cálcio em dose menor, tipo 600mg ao dia, associado ao magnésio em torno de 200mg, potássio na dieta ou como suplemento. Vitamina D em doses de pelo menos 800ui por dia, vitamina K em doses de pelo menos 1mg ao dia e os tratamentos tradicinais farmacologicos, terapia de reposição hormonal e bisfosfonatos. Há outras intervenções como a genisteína e ipriflavona e talvez o fluoreto em dose baixissima, o silicio na forma de ácido ortossilícico em doses de cerca de 30mg ao dia e o boro, 1mg ao dia ou mais, temos ainda que ver. Mas a osteoporose deve ter sua abordagem inclusiva, não apenas pensar em suplemento. Há que se pensar em exercício resistido, hormeticamente adaptando o osso a uma tensão maior e ganho de resistencia. Vamos começar a fazer isso no dia a dia, não pensem só em cálcio e vitamina D. Pensem na bioquimica como um todo.

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